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Facho da Ladeira - Machico 2022







A tradição dos fachos está profundamente enraizada na cultura popular e tem uma enorme carga simbólica e religiosa para a população de Machico, sendo uma manifestação de identidade cultural ímpar na ilha da Madeira.

O acender dos fachos remonta à época das invasões dos corsários e piratas ao Arquipélago da Madeira, no século XVI, XVII e XVIII e surgiu pela necessidade urgente de planear e executar estratégias de alarme e defesa da orla costeira, das populações e bens.

Os homens destacados em missão nas vigias para acender os fachos eram apelidados de facheiros que tinham a obrigação de ter lenha e pinhas no cimo do Pico do Facho, para atear fogo com o objetivo de alertar a população machiquense das investidas dos piratas, ordenando a todos que pegassem em armas ou se colocassem em fuga.

Com a evolução das estratégias militares os fachos perderam a sua função primordial, de defesa da costa do Arquipélago da Madeira, mas em 1903, no decorrer das comemorações da Festa do Santíssimo Sacramento, a noite foi abrilhantada com o acender dos fachos em honra e agradecimento pela proteção divina.

É no último sábado do mês de agosto, noite das celebrações da Festa do Santíssimo Sacramento, que os fachos iluminam as encostas do Vale de Machico e cada sítio da freguesia investe a sua mestria e criatividade no seu facho, produzindo um espetáculo de luz aliado à devoção ao Senhor.

Os fachos são elaborados com pelo menos dois dias de antecedência, por grupos de homens de diversos sítios do concelho, com arames, pregos, óleo queimado e bolas de algodão. As imagens representadas nas estruturas, muitas delas com mais de 10 metros de altura, são barcos e símbolos religiosos para homenagear o Redentor. Ouve-se o soar dos búzios junto ao fogo dos fachos, que faz reviver o que outrora foi o alerta às populações de ataques eminentes dos corsários.

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