Do vasto Oceano flor, gentil Madeira, Que de murta viçosa o cimo enlaças, Sóbria a teu seio amamentando as Graças Co'o vitreo succo da immortal[1] Parreira. D'aquelle, que em ti viu a luz primeira, Se acaso é crivei que inda apreço faças, Entre o prazer das brincadoras taças, Recolhe a minha producção rasteira. É donativo escasso, eu bem conheço; Mas o desejo, que acompanha a offrenda, Lhe avulta a estima, lhe engrandece o preço. Deixa que a roda o meu Destino prenda; Em cessando estes males, que padeço, Talvez então mais altos dons te renda. Notas↑ Por ser consagrada ao Deus Baccho. [N. do A.] Entre desgosto e desgosto... (…) Entre desgosto e desgosto Caminho ao meu triste fim, Como se já para mim Da vida o Sol fora posto; As manchas que tem meu rosto, Da morte são já matizes, Meu mal tem fundas raízes. E quer a acerba desgraça Que eu brilhante época faça No livro dos infelizes. Quem deste fatal volume Quizer combinar os factos, Em mim os tem mais exactos, Mais fieis do que...