Machico fevereiro 15, 2017 Do vasto Oceano flor, gentil Madeira,Que de murta viçosa o cimo enlaças,Sóbria a teu seio amamentando as GraçasCo'o vitreo succo da immortal[1] Parreira.D'aquelle, que em ti viu a luz primeira,Se acaso é crivei que inda apreço faças,Entre o prazer das brincadoras taças,Recolhe a minha producção rasteira.É donativo escasso, eu bem conheço;Mas o desejo, que acompanha a offrenda,Lhe avulta a estima, lhe engrandece o preço.Deixa que a roda o meu Destino prenda;Em cessando estes males, que padeço,Talvez então mais altos dons te renda.Notas↑ Por ser consagrada ao Deus Baccho. [N. do A.] Entre desgosto e desgosto...(…) Entre desgosto e desgostoCaminho ao meu triste fim,Como se já para mimDa vida o Sol fora posto;As manchas que tem meu rosto,Da morte são já matizes,Meu mal tem fundas raízes.E quer a acerba desgraçaQue eu brilhante época façaNo livro dos infelizes.Quem deste fatal volumeQuizer combinar os factos,Em mim os tem mais exactos,Mais fieis do que presume;A minha vida resumeTodo o rigor d’impios fados:Enfim se forem lembradosNos tempos mais horrorososSe julgarão fabulososOs meus dias desgraçados.Excerto de um poema em que o poeta lamenta o abandono a que foi votado por parte dos seus amigos, tementes do contágio pela doença.Francisco Álvares de Nóbrega Partilhar Obter link Facebook Twitter Pinterest Email Outras aplicações Partilhar Obter link Facebook Twitter Pinterest Email Outras aplicações Comentários
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